.:| Neguinha Suburbana |:.
Coisas da vida, artesanato, fotografia e meio ambiente

Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
sábado, 30 de abril de 2005
É como se a noite cantasse pra mim
Chico Buarque definitivamente é a trilha sonora da minha vida.
Foi bom d e m a i s ir ao Democráticos hoje.
E como eu sou Marrentinha, deixo aqui a música que é uma das minhas preferidas, e que, se os deuses ajudarem (só eles mesmo!), ainda vou cantar nesta encarnação.

Como num romance
O homem de meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom

Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz

E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão foi desde então
Ficando blue

Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguando toda
Ao som do blues

Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris

E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê

Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
(A História de Lily Braun - Chico e Edu Lobo)

(mas que o amor venha com romance, cinema, drinque no dancing, cheese, rosa, feliz...)
sexta-feira, 29 de abril de 2005
Chico & Noel

Sou uma menina de palavra!! Por isso, hoje à noite vou de novo ao Democráticos!
Tenho certeza que mais uma vez será ótimo!
Moysés cantando homenagem a Chico e Noel, é IMPERDÍVEL!

Quinta sexta consecutiva no Baile da Comuna do Semente. Merecia uma carteirinha de cliente preferencial, hehe!

Vejo vocês lá!
Posted by Hello
terça-feira, 26 de abril de 2005
Aurora

Quando vem rompendo o dia
Eu me levanto começo logo a cantar
Esta doce melodia, que me faz lembrar
Daquelas lindas noites de luar
Eu tinha um alguém sempre a me esperar
Desde o dia em que ela foi embora
Eu guardo esta canção na memória
Desde o dia em que ela foi embora
Eu guardo esta canção na memória

Eu tinha a esperança que um dia
Ela voltasse para minha companhia
Deus deu resignação
Ao meu pobre coração
Não suporto mais tua ausência
Já pedi a Deus paciência
(Esta Melodia - Bubú da Portela e Jamelão)

Impossível cantarolar a esta hora da manhã.
E nessa chuva, meu sonho de varanda e violão passa a ser de DVD e cobertor...
domingo, 24 de abril de 2005
Dia Nacional do Choro - A Comemoração
19h. Palco montado, músicos a postos, público ansioso.
Quinze minutos depois começava o show da Orquestra do Rancho Flor do Sereno, com professores e alunos da *minha* Escola Portátil. Pedro Paulo Malta e Alfredo Del-Penho nos saudaram com suas vozes aveludadas para completar o time de feras.
Muito choro, maxixe e marchinhas. Muita gente dançando. Muita alegria.
Os compassos me alimentando intravenalmente.
Até a chuva chegar. E ninguém parar!! A chuva caía torrencialmente e as pessoas queriam mais!
Mais meia-hora de show com a "lavagem" de São Pedro, e todo mundo dançando na chuva!
Lavei a alma.


A belíssima Orchestra Thypica do Rancho Carnavalesco Flôr do Sereno.
São Pedro chorou no céu e a gente "chorava" na Terra.

E viva Pixinguinha, nosso aniversariante!
E salve São Jorge!

Posted by Hello
sábado, 23 de abril de 2005
O que cantar?
Não sei o que cantar hoje aqui depois da minha noite "Democrática". Penso em Luz Negra, de Nelson Cavaquinho, mas o que se passou mesmo pela minha cabeça durante boa parte da noite está postado no Insanidade...

Por hora, fica Luz Negra mesmo, porque no fundo é como estou me sentindo agora, depois de passar a noite pensando na vida, e chegar à conclusão de que não quero ninguém, quero apenas meu sonho de varanda e violão!

Sempre só,
Eu vivo procurando alguém
Que sofra como eu também
E não consigo achar ninguém

Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim

A luz negra de um destino cruel
Ilumina o teatro sem côr
Onde estou representando o papel
De palhaço do amor

sexta-feira, 22 de abril de 2005
Café, cachaça e chorinho


Pra mim, a comemoração do dia do choro já havia começado na segunda-feira com as lindas apresentações no Armazém Digital.
Ontem, porém, as festividades começaram, com a abertura do Festival Café, Cachaça e Chorinho, do circuito do Vale do Café, praqueles lados onde eu me escondo de terça a quinta.
Alunos da *minha* Escola Portátil de Música se apresentaram, e apesar de o som estar péssimo, o repertório era excelente e os meninos eram ótimos.
É lógico que mais uma vez me deu aquela vontade louca de estar lá no palco, à frente de um dos cavaquinhos. Mas tudo é questão de tempo. O maravilhoso -e, por vezes, sábio- Chico Buarque já *me* disse: Não se afobe não, que nada é pra já...

Morena tem pena
Mas ouve o meu lamento
Tento em vão
Te esquecer
Mas olha, o meu tormento
É tanto, que eu vivo em pranto,
Sou todo infeliz
Não há coisa mais triste, meu benzinho,
Que este chorinho que eu te fiz

Sozinho, morena
Você nem tem mais pena
Ai, meu bem
Fiquei tão só
Tem dó, tem dó de mim
Porque estou triste assim
Por amor de você
Não há coisa mais linda neste mundo
Que o meu carinho por você

Meu amor, tem dó
Meu amor, tem dó
(Lamentos - Pixinguinha e Vinícius de Moraes)

E hoje tem Democráticos em homenagem ao Dia do Choro. Quem chegar por último é a mulher do padre!!
segunda-feira, 18 de abril de 2005
Comuna do Semente
Tristeza rolou nos meus olhos do jeito que eu não queria
Invadiu meu coração, que tamanha covardia
Afivelaram meu peito pra eu deixar de te amar
Acinzentaram minh'alma, mas não secaram o olhar

Saudade amor, que saudade
Que me vira pelo avesso, e revira meu avesso
Puseram a faca em meu peito
Mas quem disse que eu te esqueço
Mas quem disse que eu mereço
(Mas quem disse que eu te esqueço - D. Ivone Lara)

Não vou nem fazer comentários.
Parecia progresso. Será?
Semana que vem vou saber.
Até lá, vou tocando e cantando pra conter a ansiedade.
domingo, 17 de abril de 2005
Em homenagem...
... a mim!!!!

Não me venha falar na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca e não cale na boca
Notícia ruim

Você sabe explicar, você sabe entender
Tudo bem

Você está
Você é
Você faz
Você quer
Você tem

Você diz a verdade
A verdade é seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher
Vá viver sem mentir
(Dom de Iludir - Caetano)

Lembrada pelo Marcelo, do Pentimento.
sábado, 16 de abril de 2005
Samba e choro com NeguinhaSuburbana
O imperdível show de NeguinhaSuburbana foi realizado na tarde deste sábado ensolarado.
Milhares de pessoas deixaram de ir à praia e se reuniram para ver sua primeira apresentação em público!
Foi um sucesso! Neguinha com seus cinco acordes no cavaquinho e sua lerdeza no pandeiro conquistou fãs de todas as partes desta Cidade Maravilhosa!
Porque coisa tão ruim não se vê assim todo dia, né?
A gente agradece a todos que compareceram a este evento e avisa que outros virão!
______________
Eu canto samba
porque só assim eu me sinto contente
Eu vou samba
porque longe dele eu não posso viver
Com ele eu tenho de fato
uma velha intimidade
Se fico sozinho
ele vem me socorrer
Há muito tempo
eu escuto esse papo furado
Dizendo que o samba acabou
Só se foi quando o dia clareou
O samba é alegria
Falando coisas da gente
Se voce anda tristonho
No samba fica contente
Segure o choro criança
Vou te fazer um carinho
Tocando um samba de leve
Na cordas do meu cavaquinho
(Eu canto samba - Paulinho da Viola)
Patético!
Lata d'água na cabeça
Lá vai Maria, lá vai Maria

Minha música no Democráticos ontem era
Saco de papel na cabeça
Lá vai Neguinha, lá vai Neguinha!

Se eu fosse ele, não falava mais comigo. Nem olhava mais pra mim.
PA-TÉ-TI-CO!
sexta-feira, 15 de abril de 2005
O samba é meu dom
O samba é meu dom
Aprendi bater samba ao compasso do meu coração
De quadra, de enredo, de roda na palma da mão
De breque, de partido-alto e o samba-canção
O samba é meu dom
Aprendi a dançar samba vendo o samba de pé no chão
No Império Serrano, a escola da minha paixão
No terreiro, na rua, no bar, gafieira e salão
O samba é meu dom
Aprendi cantar samba com quem dele fez profissão
Mário Reis, Vassourinha, Ataulfo, Ismael, Jamelão
Com Roberto Silva, Sinhô, Donga, Ciro e João (Gilberto)
O samba é meu dom
Aprendi muito samba com quem sempre fez samba bom
Silas, Zinco, Aniceto, Anescar, Cachinê, Jaguarão
Zé-com-Fome, Herivelto, Marçal, Mirabeau, Henricão
O samba é meu dom
É no samba que eu vivo, do samba é que eu ganho o meu pão
E é num samba que eu quero morrer de baquetas na mão
Pois quem é de samba meu nome não esquece mais, não.
Eu sou do samba, eu sou do povo
vocação
[Do lat. vocatione.]
Substantivo feminino

1.
Ato de chamar.
2.
Escolha, chamamento, predestinação.
3.
Tendência, disposição, pendor.

E lá vou eu

Melhor que mereço
Pagando a bom preço
A evolução
Ai, se não fosse o violão
E o jeito de fazer samba
Do tempo que quem fazia
Corria do camburão
Hoje não corre não
Hoje o samba é decente
E ninguém agüenta, oh, gente
A força de um samba não

Pois que faz samba fala
E quem fala, atenção!
Força nenhuma cala
A voz da multidão
E cantar inda vai ser bom
Quando o samba primeiro
Não for prisioneiro
Desse desespero
E resignação
E lá vai minha voz
Espalhando então
O meu samba guerreiro
Fiel correio
Da população
(E lá vou eu - João Nogueira e Paulo César Pinheiro)

As dúvidas sobre o futuro continuam.
Mas as dúvidas sobre minha voz interior cessaram.
_________


E hoje tem de novo! E vai ser bom de novo! E eu estarei lá de novo!
Posted by Hello
quinta-feira, 14 de abril de 2005
Momento nerd
Pra acompanhar as amigas nerds, hehe!



I am a d20


Take the quiz at dicepool.com

segunda-feira, 11 de abril de 2005
Reencontro
Bom ter certeza da leveza de minh'alma!
____________
Quis você pra meu amor/E você não entendeu
Quis fazer você a flor/De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura/Que havia dentro de mim
Você foi a criatura/que me fez tão triste assim

Ah, e agora, você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa/E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela/Que desfolhou, perdeu a cor

Tanta volta o mundo dá/Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar/Onde um dia eu encontrei
Minha musa, minha lira, minha doce inspiração
Seu amor foi a mentira/Que quebrou meu violão

Ah, e agora, você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa/E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela/Que desfolhou, perdeu a cor

Seu jogo é carta marcada/Me enganei, nem sei porquê
Sem saber que eu era nada/Fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura/Você foi minha ilusão
Nosso amor foi uma jura/Que morreu sem oração

Ah, e agora, você passa, eu acho graça
Nessa vida tudo passa/E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela/Que desfolhou, perdeu a cor
(Você passa, eu acho graça - Carlos Imperial e Ataulfo Alves)
domingo, 10 de abril de 2005
Baile no meu coração
Casais rodopiando no salão ao som da orquestra
O som da gafieira embalava sorrisos, olhares, flertes
Juras de amor, beijos, carinhos
Antigos e novos amores

Meu coração batia junto com o surdo
Chacoalhava com o pandeiro
E vazio procurava por um amor
Procurou nos violões, trompetes e tamborins
E não encontrou

E depois de quase desistir
Sentiu um si bemol
E encontrou seu amor
Nos acordes de um samba-canção

______________________

Eu sonhei que tu estavas tão linda/
Numa festa de raro esplendor/Teu vestido de baile lembro ainda/Era branco, todo branco, meu amor/A orquestra tocou uma valsa dolente

Tomei-te aos braços/Fomos dançando/Ambos silentes/E os pares que rodeavam entre nós/Diziam coisas/Trocavam juras/A meia voz
Violinos enchiam o ar de emoções/De mil desejos uma centena de corações
Pra despertar teu ciúme/Tentei flertar alguém/Mas tu não flertaste ninguém/Olhavas só para mim
Vitória de amor cantei/Mas foi tudo um sonho... acordei!
(Eu sonhei que tu estavas tão linda - Lamartine Babo)
_______
Ai, ardido peito/Quem irá entender o teu segredo/Quem irá pousar em teu destino/E depois morrer do teu amor?
Ai, mas quem virá?/Me pergunto a toda hora/A resposta é o silêncio/Que atravessa a madrugada

Vem, meu novo amor/Vou deixar a porta aberta/Já escuto os teus passos/Procurando meu abrigo
Vem, que o sol raiou/Os jardins estão floridos/Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado/De se ter felicidade
(Pressentimento - Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho)
Flashes (onde está o meu amor? sambando!)
Eu sambo mesmo com vontade de sambar/Porque no samba eu sinto o corpo remexer/E é só no samba que eu sinto prazer (Eu sambo mesmo - João Gilberto)

Sou é a madeira/Trabalho é besteira, o negócio é sambar/Que samba é ciência e com consciência/Só ter paciência que eu chego até lá... (Nó na madeira - João Nogueira e Eugênio Monteiro)

Hoje definitivamente foi um dia muito estranho.
Se fosse qualquer outro dia, eu teria dito que foi um dia legal. Mas como esse dia foi hoje, foi estranho.

E no final deste dia estranho (meio bizarro, eu diria) fiquei me perguntando se já não fui longe demais na minha vida pra começar a me preocupar com meus sonhos. Fiquei me perguntando se meu coração bater junto com o surdo e chacoalhar com o pandeiro não é normal.

Eu me alimento de música. De onde sai tanta energia, eu não sei. Mas, será que isso também não é normal?
sábado, 9 de abril de 2005
Chão de Esmeraldas
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E tinge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar

Soberba, garbosa
Minha escola é um catavento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar

Minhas novas amiguinhas de trabalho me levaram pra quadra da minha Estação Primeira de Mangueira. Que emoção! Rodinha de samba família, adorei! Pena que eu tava dormindo em pé, afinal, só dormi uma hora na noite passada!
E amanhã tem roda no Semente!
Democráticos
Sim, foi bom porque sempre é. Mesmo porque com Trio Madeira Brasil, Beto Cazes e Carlos César, Zé da Velha e Silvério Pontes e Zé Renato não tinha como não ser bom, né?

Mas senti falta daquele clima de "estou em casa" que eu sinto lá...

___________

Em homenagem ao meu reencontro vespertino com o violão, a música do dia: Espelho, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, parceria que sempre deu certo!

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar
sexta-feira, 8 de abril de 2005

E hoje tem!
Posted by Hello
quinta-feira, 7 de abril de 2005
Na batucada da vida
pandeiro
[Do esp. pandero.]
Substantivo masculino
Instrumento de percussão, composto de um aro circular de madeira guarnecido de soalhas, e sobre o qual se estica uma pele, que se tange batendo-a com a mão, com os cotovelos, nos joelhos e até nos pés; tambor basco. [Dim. irreg., nesta acepç.: pandeireta. V. adufe.]

tamborim
[De tambor + -im.]
Substantivo masculino
1.Tambor pequeno; tamborino.
2.Tambor provençal, de fuste cilíndrico e alongado, com pele nas duas extremidades, percutido com uma só baqueta, e que é tocado simultaneamente com o pífaro ou o galubé pelo mesmo executante. [Cf. tambor (1 a 3).]

Minha vida de multi-instrumentista tá ficando cada vez mais divertida, especialmente para aqueles que me vêem tocando!
Hoje fiz minha primeira de percussão. Preciso dizer que pra quem nunca tinha segurado um pandeiro na vida, eu estou bem! E o tamborim, então? Ano que vem estarei pronta pra desfilar na Lins de novo, mas desta vez, na bateria, tocando tamborim!
Exageros à parte, eu amei minha aula. Fizemos uma pequena roda no fim, e eu era a mais feliz, me sentindo uma sambista autêntica. Falta-me ainda um pouco de coordenação pra tocar com todo mundo junto, e ainda cantar, sem perder o ritmo e sem atravessar. Mas eu chego lá!
Não tem nada que me deixe mais certa do meu mundo quando alguém me diz que eu tenho muita musicalidade, que eu nem pareço que tô na primeira aula! Eu devo mesmo levar jeito pra isso, né???
Tô feliz.

No dia em que apareci no mundo
Juntou uma porção de vagabundo
Da orgia
De noite teve choro e batucada
Que acabou de madrugada
Em grossa pancadaria
Depois de meu batismo de fumaça
Mamei um litro e meio de cachaça
Bem puxado
E fui adormecer como um despacho
Deitadinha no capacho
Da porta dos enjeitados
Cresci, olhando a vida sem malícia
Quando um cabo do polícia
Despertou meu coração
Mas como eu fui pra ele muito boa
Me soltou na rua à toa
Desprezada como um cão
Agora, que eu sou mesmo da virada
E que não tenho nada, nada
E de Deus fui esquecida
Irei cada vez mais me esmulambando
Seguirei sempre sambando
Na batucada da vida

(Na Batucada da Vida - Ary Barroso & Luiz Peixoto, 1934)

segunda-feira, 4 de abril de 2005
Ai, essas cordas de aço, esse minúsculo braço...
Não, não é o violão que os dedos meus acariciam! É o cavaquinho, que castiga meus dedinhos!
Pouco a pouco os calinhos vão se formando. Não vejo a hora de não sentir mais meus dedos!
Cada vez que eu vou a uma roda de samba e vejo os cavaquinistas, eu penso em desistir. Cada vez que eu chego na aula e o professor me diz que eu levo jeito, tenho vontade de chegar em casa e tocar a madrugada inteira!!

Meu caso de amor com o cavaquinho está cada vez mais intenso!!

Samba sem cavaquinho, não é samba
Tem que ter pandeiro e um violão
Geme a cuíca baixinho, surdo em marcação
Sob os acordes de um violão
A gente vibra de tanta emoção

Juro por Nossa Senhora
Que estou falando a verdade
Se o samba me faltar
Me faltará a felicidade
No samba me sinto bem
No samba esqueço a nostalgia
No samba me sinto feliz
Por isso sambo noite e dia...

(Sem cavaco nã0 - D. Ivone Lara)

E na quinta começo minha aula de percussão. Vamo que vamo!
E do danado do samba, nunca me separei
Pra que negar uma paixão? Por que não se entregar totalmente, intensamente, fervorosamente?
Medo de quê? Medo de sofrer? O sofrimento faz parte da vida. O sofrimento inspira poetas.
Eu não nego mais minha natureza. Não minto mais. Não fujo mais.
Minha alma é da música, do samba. Meu coração é do samba. Meu sorriso mais sincero é do samba. Meus momentos de alegria, de leveza, são do samba.
Meu coração imprudente e apaixonado se entregou, finalmente!
Daqui não saio, daqui ninguém me tira!
Eu pertenço àquele mundo. E eu sei que aquele mundo chama por mim.

E é naquele mundo que os ciclos da minha vida começam e terminam. É lá que letras de músicas se misturam com olhares, muitas vezes incompreensíveis. É lá que fantasias são projetadas. É lá que palavras doces podem machucar corações. É lá que está o turbilhão que move a minha vida.

E sim, todo boêmio é exagerado. Todo sambista canta o amor doído, mesmo quando ele não existe. Porque o sofrimento em fás sustenidos e sis bemóis é bem mais bonito, mesmo quando ele é apenas um dó maior (bem maior!).

E em homenagem à notícia de hoje (me amarrota que eu tô passada! - by Alê), pra manter o ritmo (mantém, mantém!), um sambinha (exagerado, claro!) que eu gosto muito, e que já entrou na minha vida outras vezes, por outras portas.

Eu vou acabar enlouquecendo
se você não me quiser
eu lhe quero tanto bem
Meus olhos choram lágrimas doídas
das tristezas desta vida
onde você não me quer
Meu amor, me amar
deixa de lado a presunção
e volte o seu olhar para este ser
que tanto pede a você
uma gota de amor
das águas da paixão
Dê atenção ao meu apelo
por favor
Dê atenção ao meu apelo
por favor
Cheio de amor
em meio ao dissabor
ciente de você
um dia me querer
e sucedido o mais lindo momento
fim de um tormento
Eu vou acabar enlouquecendo...

E obrigada ao meu amigo Silvio, pela citação no seu blog! Adoro quando meus amigos gostam das minhas dicas musicais! Disponham sempre! E me chamem pra ir junto!!
sábado, 2 de abril de 2005
Um novo ciclo se inicia

Não sei porque eu ainda insisto em ignorar! Não tem jeito, meu coração, minha alma, minha felicidade pertencem ao samba! Não, não sei explicar o que acontece comigo! Só sei que o samba é onde eu me sinto bem.
Ontem o Democráticos estava maravilhoso. O que é redundância. Não houve uma vez sequer que que tenha ido lá que não tenha sido maravilhoso. Ontem a música estava ótima, eu estava cercada de amigos que eu amo muito, e eu dancei a noite inteira!!!!!!!!
Bom, muito bom. Minha meditação. O que esvazia a minha cabeça de tudo o que me aconteceu naquele dia e me faz ficar melhor no dia seguinte.
Estou ótima hoje.
Amanhã, domingo, tem roda de samba no Semente. Estaremos lá, eu pelo menos estarei.
E a programação das sextas de abril no Democráticos, promovida pelo pessoal da Comuna, está IMPERDÍVEL! Quem quiser falar comigo às sextas depois de 22h, vai ter que me procurar lá!
Soppa de Letra

Ontem um amigo me levou pra ver Soppa de Letra, com o Pedro Paulo Rangel. Ele é um dos percussionistas da peça.
Fiquei me perguntando porque demorei tanto pra aceitar o convite! A peça é maravilhosa!
Baseada apenas em letras de músicas, muito bem escolhidas por sinal, PP faz a gente mergulhar no real significado daquilo que cantamos, muitas vezes sem prestar atenção.
Fantástico! Não foi à toa que ele ganhou o Prêmio Shell por esta peça.
Pra saber mais detalhes, é só passear no site do projeto Soppa de Letra.

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora
(Metáfora - Gilberto Gil)
Posted by Hello
sexta-feira, 1 de abril de 2005
Fim de um ciclo
Para fechar o ciclo, uma colaboração da amiga Rapha!

Lose My Breath

Can you keep up?
Baby boy, make me lose my breath
Bring the noise, make me lose my breath
Hit me Hard, make me lose my (Hah Hah)
Can you keep up?
Baby boy, make me lose my breath
Bring the noise, make me lose my breath
Hit me Hard, make me lose my (Hah Hah)

OOOh
I put it right there, made it easy for you to get to
Now you wanna act like ya don't know what to do
After I done everything that you asked me
Grabbed you, grind you, liked you, tried you
Moved so fast baby now I can't find you

OOOh
I'm startin' to believe that I'm way too much for you
All that talk but it seems like it can't come through
All them lies like you could satisfy me,
Now I see where believing you got me
Gave you the wheel, but you can't drive me

OOOh
Two things I don't like when I tryin' to get my groove
Is a partna that meets me only half way and just can't prove
Take me out so deep when you know you can't swim
Need a lifeguard and I need protection
So put it on me deep in the right direction

OOOh
You understand the facts that I'm tryin' to give to you
You movin' so slow like you just don't have a clue
Didn't mama teach you to give affection?
You're the difference of a man and an adolescent
It ain't you boo, so get to steppin'

If you can't make me say OOO
Like the beat of this drum
Why you ask for some and you really want none
If you can't make me say OOO
Like the beat of this groove

You don't have no business in this here's your papers
Baby you are dismissed, dismissed, dismissed, dismissed, dismissed,
dismissed, dismissed