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Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
quinta-feira, 7 de abril de 2005
Na batucada da vida
pandeiro
[Do esp. pandero.]
Substantivo masculino
Instrumento de percussão, composto de um aro circular de madeira guarnecido de soalhas, e sobre o qual se estica uma pele, que se tange batendo-a com a mão, com os cotovelos, nos joelhos e até nos pés; tambor basco. [Dim. irreg., nesta acepç.: pandeireta. V. adufe.]

tamborim
[De tambor + -im.]
Substantivo masculino
1.Tambor pequeno; tamborino.
2.Tambor provençal, de fuste cilíndrico e alongado, com pele nas duas extremidades, percutido com uma só baqueta, e que é tocado simultaneamente com o pífaro ou o galubé pelo mesmo executante. [Cf. tambor (1 a 3).]

Minha vida de multi-instrumentista tá ficando cada vez mais divertida, especialmente para aqueles que me vêem tocando!
Hoje fiz minha primeira de percussão. Preciso dizer que pra quem nunca tinha segurado um pandeiro na vida, eu estou bem! E o tamborim, então? Ano que vem estarei pronta pra desfilar na Lins de novo, mas desta vez, na bateria, tocando tamborim!
Exageros à parte, eu amei minha aula. Fizemos uma pequena roda no fim, e eu era a mais feliz, me sentindo uma sambista autêntica. Falta-me ainda um pouco de coordenação pra tocar com todo mundo junto, e ainda cantar, sem perder o ritmo e sem atravessar. Mas eu chego lá!
Não tem nada que me deixe mais certa do meu mundo quando alguém me diz que eu tenho muita musicalidade, que eu nem pareço que tô na primeira aula! Eu devo mesmo levar jeito pra isso, né???
Tô feliz.

No dia em que apareci no mundo
Juntou uma porção de vagabundo
Da orgia
De noite teve choro e batucada
Que acabou de madrugada
Em grossa pancadaria
Depois de meu batismo de fumaça
Mamei um litro e meio de cachaça
Bem puxado
E fui adormecer como um despacho
Deitadinha no capacho
Da porta dos enjeitados
Cresci, olhando a vida sem malícia
Quando um cabo do polícia
Despertou meu coração
Mas como eu fui pra ele muito boa
Me soltou na rua à toa
Desprezada como um cão
Agora, que eu sou mesmo da virada
E que não tenho nada, nada
E de Deus fui esquecida
Irei cada vez mais me esmulambando
Seguirei sempre sambando
Na batucada da vida

(Na Batucada da Vida - Ary Barroso & Luiz Peixoto, 1934)