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Coisas da vida, artesanato, fotografia e meio ambiente

Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Noite de sexta no Copacabana Palace
















- Eu poderia falar do frio na espinha que deu, quando aquele convite chiquérrimo chegou aqui em casa. Festa no Copacabana Palace para os autores convidados e seus respectivos acompanhantes. Passeio Completo.

- Eu poderia falar do pânico quando caiu a ficha de que eu deveria ir de vestido longo, e ele, de terno. Coisa rara: em 2 anos e meio só o vi de terno uma vez. Adoro homem de terno, e ele comprou um lindo, novo, nas suas medidas. Eu tinha um único vestido longo e nenhum dinheiro para comprar outro se precisasse.

- Eu poderia falar do desespero/frustração quando experimentei o vestido duas semanas antes e constatei que os quilos adquiridos - involuntariamente - depois da cirurgia não me faziam ficar tão chique dentro dele como em outras épocas.

- Eu poderia falar da tensão quando, dois dias antes, eu me dei conta de que não tinha mais sapato para usar com o vestido, já que eu me livrei de tudo o que me causava dor nos joelhos.

- Eu poderia falar da alegria de constatar que em duas semanas eu havia perdido mais de um quilo (mais de 3 no último mês) e que talvez não ficasse assim tããão ridícula dentro do vestido, ainda mais contando com a ajuda de alguns "acessórios femininos modernos" para melhorar problemas femininos modernos (o shortinho! rs).

- Eu poderia falar da minha cara de babona quando, no dia da festa, fomos buscar o terno dele, já ajustado, na loja. Me dei conta naquele momento do quão lindo ele ficaria dentro daquela roupa. Nem sei se pela roupa em si ou pelo fato de eu não vê-lo nunca dentro dela. Ou talvez pelo fato de que o tempo passa e eu continuo achando ele lindo. Ou porque vestir um longo, com ele de terno, num lugar diferente seja uma pitada de romantismo absurdamente necessária num casamento. O fato é que eu fiquei babando.

- Eu poderia falar da emoção de, na sapataria, calçar uma sandália de salto e perceber que eu ainda sabia usar aquilo, que minhas pernas poderiam aguentar e que o joelho que doía era o outro, o que tinha o direito de doer.

- Eu poderia falar da maravilhosa sensação de ser mulherzinha depois de fazer as unhas, de passar horas olhando pra elas, vendo o contraste dela com a minha pele, com as roupas, como o espelho refletia o chocolate quente que brilhava nos meus dedos.

- Eu poderia falar da agonia de passar a tarde toda lá longe, no Riocentro, de debate em debate, de stand em stand, enquanto eu poderia estar em casa passando cremes e me preparando para a festa.

- Eu poderia falar da minha euforia em me arrumar, secar o cabelo, me maquiar, colocar lentes, me olhar duzentas vezes no espelho, enquanto ele reclamava do fato de ter que usar gravata e da calça que não tinha ficado lá certinha ou do sapato que não tinha ficado tão bom quanto ele imaginava.

- Eu poderia falar da vontade de sair correndo pelas escadas do salão do Copacabana Palace como se eu morasse lá, como se fosse a festa do meu aniversário. Ou, mais provável, como se eu nunca mais pudesse entrar lá e tivesse poucas horas pra imaginar coisas.

- Eu poderia falar da alegria de encontrar amigos, alguns tão iniciantes como eu, olhando cada detalhe do salão, cada coluna, deslumbrado com aquele pé direito, e outros iniciados, habitués do CP, que ficaram contando histórias de festas, bailes e jantares, sempre chiques, nunca bregas.

- Eu poderia falar de como é sempre bom uma taça de espumante (e como dezenas são ainda melhores) ou como são boas as festas com o Janot. Ou ainda de como as pessoas exageram no figurino pra mais ou pra menos, indo de vestidos dignos de Carmem Miranda a calça jeans daquelas que não se sabe como a pessoa entrou (e que fazem a mesma "pagar cofrinho").

- Eu podia falar em como ele fica ainda mais lindo, ainda mais carinhoso e muito romântico quando vamos a festas, e como eu desejo a noite inteira que aquelas horas não acabem.

- Eu poderia falar no dia seguinte, em que eu acordei ainda bêbada, feliz por ter resistido, por ter dançado de saltinho e ter tido de saldo apenas um leve inchaço - natural - no joelho operado, feliz por aquele sorriso de todas as manhãs ao meu lado, feliz por ter colocado o papo em dia, por ter feito amigos, e um pouco enjoada por não ter comido muito.

- Eu poderia falar de tudo isso, mas eu vou falar que a coluna da amiga Rô no Bolsa de Mulher tá muito mais legal! Vai lá conferir!

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