Quando um livro toma conta de mim, coisas estranhas acontecem. Primeiro, aquela intensa força magnética que não permite que eu me afaste do livro. Depois, minhas noites se tornam mais agitadas que o normal: eu visito os lugares, eu conheço as personagens, eu falo a língua deles.
Foi assim com o Jogo da Amarelinha, do Cortazar, foi assim com o Pálido Olho Azul, do Louis Bayard, e agora foi assim com o Ensaio sobre a cegueira, do Saramago.
Fico naquela angústia de querer saber o fim da história, mas ao mesmo tempo não quero que o livro acabe. Mas ele chega ao fim. E meus sonhos continuarão sendo visitados por pessoas falando português de Portugal durante um bom tempo...
Gostei tanto, mas tanto, que tenho até medo de ler outras obras do Saramago (o mesmo fenômeno aconteceu com o Cortazar... não consegui ler mais nada ainda).
Como é que demorei tanto pra ter coragem de encarar este livro?
Recomendo fortemente.

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