Acordei no meio da cirurgia, com a tremedeira que costuma acompanhar a anestesia. Escutei meu médico cantando, o barulho da furadeira entrando no meu osso, senti a pressão dos parafusos sendo colocados, vi os rostos de solidariedade dos auxiliares tentando me acalmar, mas tudo mais parecia um daqueles sonhos esquisitos, graças ao [bendito] "boa noite, Cinderela" que a anestesista me deu minutos antes de eu ir pro centro cirúrgico.

Hospital é muito bom. Milhares de pessoas te dando atenção, comidinha gostosa e temperada (dieta livre, que beleza), café com leite, ar condicionado, TV, cama com controle remoto (A-DO-RO), pai, mãe, namorado, flores, presentinhos, e, o melhor de tudo, remédios na veia em pequenos intervalos. Você acha que tá tudo relax e que não há dor.

Em casa, no primeiro dia, e só pensava em voltar pro hospital. Ai, como eu queria aqueles remédios na veia! Não ia sentir aquela dor horrorosa e ia dormir. Felizmente o anti-inflamatório e os analgésicos começaram a fazer efeito, ajudados, claro, pela coisa mais milagrosa que existe quando se trata de ortopedia: gelo!

Embora ainda com muita dor, tô até confiante de que esta noite eu vou consegui dormir e até sonhar com alguma coisa boa. Eu já sonhei que roubavam meus exames e que eu tinha que ir dar aula de muletas. Coisa de doido, eu sei.

Obrigada pelas visitas, telefonemas, recados, e-mails.

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Saldo:
- dois parafusos (cortesia do ortopedista)
- 3 Ferrero Rocher trazidos pelo amigo HR (nham nham)
- flores lindas do namorado
- Mentos e Frutella trazidos pelo namorado (vício)
- Livro fofo (Papel Manteiga para embrulhar segredos) dado pelo namorado (esse namorado é o máximo, hein?!)
- Um bom ano e Dália Negra no DVD
- muito paparico e cuidado do namorido (*suspiro*)

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