.:| Neguinha Suburbana |:.
Coisas da vida, artesanato, fotografia e meio ambiente

Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
E chegou a hora da folia!
Foram mais de 40 dias de preparo fisico intenso. É claro não era exatamente pro carnaval que eu estava me preparando, mas vai ser muito útil nos próximos 4 dias. Um par de joelheiras, músculos estimulados, acessórios coloridos e muitos sambas na ponta da língua. Infelizmente não tenho mais o pique de alguns anos atrás. Meu fígado nunca foi resistente, minhas pernas muito menos. Chega uma hora em que eu desligo. Por isso mesmo aprendi a ser comedida, a fazer tudo em doses homeopáticas pra que a energia dure todos os dias. Não esperem me encontrar em blocos lotados, e tenham paciência com as vezes em que eu terei que descansar sentada no meio fio. Ainda quero ter muitos carnavais pela frente.


Estou guardando minhas energias para o domingo, pro momento em que eu serei completamente verde e branco. Porque eu levo essas coisas muito a sério. Porque eu tenho o mínimo de respeito pelas pessoas que julgam aquele momento o mais importante de suas vidas, um momento pelo qual elas trabalharam durante um ano inteiro. Viro um general, muito pior do que os temidos diretores de harmonia. Fico na primeira fila brigando com a ala da frente.


Não, não sou vira-casaca. Quando eu tinha 9 anos de idade, eu queria ser porta-bandeira do Império Serrano. Por quê? Talvez porque eu passasse na frente da quadra algumas vezes por semana, e ficava olhando pelo buraquinho, querendo saber o que se escondia lá dentro. Talvez porque tio Calixto (dos pratos) era meu vizinho. Talvez porque eu gostasse dos sambas. Um dia virei Mangueira. Foi por causa do rosa, eu achava lindo. Foi também porque filha única acha que os gostos do pai é que são os certos. Sei lá.


O fato é que por caminhos inesperados, eu voltei ao Império. A Mangueira é de todos. É do Cartola e do Chico. Mas é também dos playbóis, turistas e globais. O Império não. Lá eu me sinto em casa. É como se eu conhecesse todo mundo, como se eu pudesse sentar à mesa com as tias da Velha Guarda e falar das coisas que só existem no subúrbio. Como se elas fossem mesmo minhas tias. É poder sambar na quadra sem achar que a qualquer momento vai ter pancada. Porque lá nao tem. É ir aos shows e dizer "oi" pra todo mundo.

Então, neste ano, a Mangueira que me desculpe, mas meu coração é Imperial.


Eu sou de lá
Eu vi o Império nascer
Eu vi o Império lutar
Eu vi iaiá
Eu vi o Império vencer


(Sou Imperial - Avarese)

Marcadores: , ,