Em muitas noites era assim: ela já estava quase dormindo quando ele vinha passar a língua em sua nuca, de mansinho. Zenóbia abria os olhos, contraindo o corpo em arrepio. E nada dizia, por saber que é no silêncio que as coisas se abandonam, livres. Enroscava-se nas coxas dele, com um clamor na virilha, o corpo inteiro tremendo em calor, como se sentisse frio. A cada centímetro de pele buscavam - em lascívia - a vida sob a superfície. E tudo acontecia como se o amor fosse sempre à primeira vista.(O livro de Zenóbia - Maria Esther Maciel)