1. O desfile do Império do Divino














+ Imperiano de fé não cansa mesmo! O desfile estava programado pra começar às 3h, na pior das hipóteses, e entramos na avenida às 5h15. Mas foi indescritível desfilar com o dia nascendo.

+ Desfilar no Império Serrano foi definitivamente uma das maiores emoções da minha vida. Primeiro porque quando eu era criança, eu era Imperiana. Vivia em Madureira, e sempre olhava pelo portão da escola pra saber como era lá dentro. Queria ser porta-bandeira! Além disso, este ano participamos bastante da escola, começamos a freqüentar antes mesmo de o samba ser escolhido, acompanhamos de perto o "renascimento" do Império. Por isso é que desfilar "me sentindo parte daquilo" foi muito emocionante.

+ E é por isso também que me irritei muito com a ala da frente! Povo doido, desorganizado, já tava me incomodando! rs Mas acho que muita gente se esquece que as pessoas que estão ali trabalharam o ano inteiro pra que aquele momento seja perfeito, e na avenida a responsabilidade é quase que totalmente dos componentes, em mostrar o trabalho que foi feito. Pode até ser que eu leve as coisas a sério demais, mas eu queria que tudo saísse perfeito, pô!

+ Os carros estavam lindos, as fantasias muito bem feitas. E os componentes, cantando, alegres. Tem coisa que não dá pra descrever com palavras, sabia?


2. Os demais desfiles














+ Depois de alguns (solitários) anos sem companhia para isso, eu finalmente voltei a ver pela televisão os desfiles de todas as escolas. E adorei!

+ Adorei o Salgueiro (PASMEM!), especialmente pelo enredo - Microcosmos. Eles souberam aproveitar muito bem, os carros estavam criativos, assim como as fantasias.

+ Adorei ver a Mangueira bem verde e rosa! E as fantasias estavam LINDAS! Já a comissão de frente do "Coisinha de Jesus" eu não curti muito não.

+ Me recuso a comentar sobre algumas escolas cujos enredos tratavam de coisas como fábricas de chocolate...

+ Tudo bem que algumas estavam perfeitas tecnicamente, mas minha concepção de escola de samba é um pouco diferente. Cadê a paixão? O envolvimento? Coisas que ficam muito claras na expressão dos componentes! Não foi à toa que o Império arrepiou muita gente...

+ Ah sim, eu DETESTO escola-de-samba-espetáculo. Raio laser, telão... não gosto não...


3. Sobre a apuração do resultado OU Deu a louca nos jurados!!




















+ Apesar de a classficação do Império ter sido a melhor nos últimos anos, e ter sido a esperada, foi muito injusto a Portela ficar na frente. Quem viu os dois desfiles percebeu claramente a diferença. Eu entendo que a Portela precisava de uma "forcinha" pelo o que aconteceu no ano passado, mas não concordo de forma alguma que tenha sido melhor que o Império. Mas de qualquer jeito foi ótimo ficar na frente da Mocidade e da Imperatriz.

+ O Salgueiro também foi injustiçado, apesar de o samba não ser aquela maravilha.

+ Não achei injustiça a Tijuca não ter vencido. Uma escola cujo samba tem "a música ganha" não merece ganhar nem picolé no parquinho! Mas ganha 10, nota 10!

+ Me conta como é que o enredo da Portela pode ser considerado melhor que o do Império???

+ E me explica também como é que algumas escolas em que a maioria dos componentes não cantava o samba e que correram, criando buracos no meio do desfile, puderam conseguir notas máximas em harmonia e evolução??

+ Samba-enredo não faz diferença nenhuma na hora do "vamos ver", né?

+ A Mangueira este ano merecia uma classificação melhor. Acima da Grande Rio e da Viradouro, com certeza.

+ Ah sim, antes a Vila que a Grande Rio, né?!

+ E não poderia deixar de dizer que é uma alegria a Estácio voltar ao seu lugar de origem: entre as grandes!

4. Sobre o Império















Muitas coisas - boas - foram ditas sobre o desfile do Império Serrano este ano, mas a melhor sem dúvida foi a escrita pelo Luiz Fernando Vianna e publicada na Folha de São Paulo, na quarta-feira de cinzas:

O Império Serrano, de quem se esperava apenas mais um esforço para se manter entre as grandes, fez um desfile como nos velhos tempos -naqueles em que era campeã, o que não acontece desde 1982: o melhor do ano e sobre um tema popular (a religiosidade brasileira), alas transbordando alegria e soluções simples mas eficientes para suprir a impossibilidade financeira de ter fantasias e alegorias luxuosas. É pena que os velhos tempos tenham pouca chance de ganhar nos novos tempos.