Enquanto a “alta literatura” está de terno e gravata na sala, o romance policial (considerado erroneamente como a “sub-literatura”) está na cozinha preparando guloseimas para entreter os convidados.Com uma analogia semelhante a esta, Luiz Alfredo Garcia-Roza e Sandra Reimão responderam ontem, na Livraria Argumento, as perguntas da platéia sobre a existência de preconceito em relação à literatura policial. Sem perder a esperança, Sandra disse que os novos romances policiais brasileiros estão modificando a fórmula original, e grandes autores estão surgindo, como o próprio Garcia-Roza, que utiliza muitos dos seus conhecimentos de psicologia e filosofia para temperar suas histórias. Ela apontou também que o romance policial brasileiro também se diferencia daqueles do resto do mundo pelas pitadas de humor contidas em quase todas as obras produzidas atualmente. E por isso, em pouco tempo o preconceito deve desaparecer.
Foi em clima de descontração (característico do público da "sub-literatura") que o debate de mais de uma hora de duração acabou. A Argumento teve seu estoque de "Berenice Procura" praticamente esgotado e os autores ficaram ainda uns 40 minutos autografando os livros.
Eu, obviamente, garanti meus exemplares e ainda um dedinho de prosa. ;)
E para os saudosos: Garcia-Roza já começou a escrever seu sétimo romance, o sexto com o delegado Espinosa. Parece que por enquanto Berenice não procura mais nada (mas ela deve voltar).
Quem não foi,
perdeu playboy!