Projeto Café com Floresta é vencedor do Prêmio Tecnologia Social Fundação Banco do BrasilTrabalho do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas foi escolhido entre mais de 290 iniciativas do Sudeste do Brasil
São Paulo, 25 de novembro de 2005. O projeto “
Café com Floresta – Criando suficiência alimentar e biodiversidade ecológica”, do IPÊ-Instituto de Pesquisas Ecológicas, foi o grande vencedor da terceira edição do Prêmio Tecnologia Social Fundação Banco do Brasil, na categoria Sudeste. O projeto foi escolhido dentre mais de 290 iniciativas que promovem o desenvolvimento social nesta região do Brasil e o único finalista do estado de São Paulo.
Ao todo, foram inscritos 658 projetos analisados por uma comissão julgadora composta por representantes da Petrobras, Unesco e Fundação Banco do Brasil, Price W.Coopers além de outros membros das áreas governamental, não-governamental e privada. Destes, 40 projetos finalistas foram escolhidos e os vencedores anunciados na noite de ontem (24) em evento em São Paulo. As tecnologias finalistas vão agora compor o Banco de Tecnologia Social da Fundação Banco do Brasil, que tem como objetivo reaplicá-las em outras localidades, ampliando assim o seu grau de atuação.
O projeto Café com Floresta existe desde 2002 no Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste do Estado de São Paulo. O trabalho tem o objetivo de criar suficiência alimentar, para moradores de assentamentos, e diversidade ecológica em uma região cercada pelo Parque Estadual Morro do Diabo, o maior remanescente da tão ameaçada Mata Atlântica do interior. O projeto atende hoje mais de 40 famílias distribuídas em 8 assentamentos do Pontal. Na tecnologia social desenvolvida por esse trabalho, com o auxílio de extensionistas rurais, os agricultores assentados plantam café sem agrotóxicos e reservam 1 hectare de espaço do seu lote para o plantio de árvores nativas, contribuindo para a restauração da biodiversidade do local. As árvores ajudam na formação de corredores de mata e pequenos bosques para a movimentação dos animais a outros fragmentos de floresta (colaborando para a sua conservação), enquanto protegem a plantação de alguns efeitos climáticos, como a geada.
Além disso, o café é plantado juntamente com outras culturas já produzidas nos lotes dos assentados como mandioca, milho, feijão, o que garante a melhoria do solo e a sua diversidade. “O projeto promove suficiência alimentar às famílias, já que boa parte dos alimentos (como o café) elas podem retirar dos seus próprios lotes, ampliando a sua renda não-monetária”, explica Jefferson Ferreira Lima, coordenador do projeto.
Os vencedores de cada categoria receberão da Fundação Banco do Brasil R$ 50 mil para ampliarem as suas tecnologias. Além disso, a Petrobrás investirá mais R$ 5 milhões para as 40 tecnologias finalistas do prêmio.
O IPÊ acredita que o ser humano tem dever ético com a biodiversidade. Por isso, com educação, ciência e negócios sustentáveis, promove a conservação dos recursos socioambientais do Brasil.