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Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
segunda-feira, 7 de novembro de 2005
"Ele sabe meu nome!"
Stevens Rehen, mais conhecido como Bitty, já era veterano quando entrei na faculdade, mas fez parte do meu círculo de amigos durante praticamente todo o tempo em que eu era aspirante a bióloga. Já era admirado por todos porque o cara era bom pra caramba! Era o nosso amigo que havia ganho o prêmio Jovem Pesquisador da SBPC.
Hoje taí, presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências. Um orgulho para a "nação do Fundão"!
Segue materinha sobre o futuro das pesquisas com células-tronco no Brasil, recebida agorinha por email.

07/11/2005
Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro
Agência FAPESP -
Buscar alternativas para o cultivo e para a diferenciação de células-tronco embrionárias humanas é um dos grandes desafios para o futuro das pesquisas com essas células no Brasil.
A afirmação é de Stevens Rehen, presidente da Sociedade Brasileira de Neurociências e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituições promotoras do 1º Encontro Brasileiro de Células-Tronco Embrionárias Humanas, realizado no campus da universidade na sexta-feira (4/11).
As células-tronco embrionárias, assim como outras células humanas, são cultivadas em contato com produtos animais, como o soro de bovinos – que é adicionado ao meio de cultura para manter as células vivas e saudáveis – e células suporte de camundongos (layers). Porém, desde que alguns estudos foram publicados apontando para o risco de contaminação causado por esse tipo de cultivo, tem havido um grande esforço por parte da comunidade científica mundial pelo cultivo das células-tronco embrionárias humanas em condições livres do uso de reagentes de origem animal.
“Temos que buscar novas metodologias de cultivo para manter as células pluripotentes como queremos”, disse Rehen. Uma das alternativas para manter a célula indiferenciada, lembrou o pesquisador, seria o uso de fibroblastos humanos no lugar de fibroblastos de camundongos.
O cientista, que retornou recentemente ao Brasil depois de cinco anos nos Estados Unidos, onde trabalhou no Instituto de Pesquisas Scripps, acha que fatores econômicos têm um peso importante. Ele falou das diversas alternativas que têm sido usadas para cultivos livres de contaminação, algumas delas muito caras. “Devemos desenvolver ensaios confiáveis e que sejam economicamente possíveis”, afirmou.
Para ele, apesar de o Brasil ter uma política relacionada às pesquisas com células-tronco mais permissiva até mesmo que os Estados Unidos, o potencial biotecnológico brasileiro ainda é pequeno comparado com o norte-americano.
Com a excelente comunidade científica de que dispomos, se tivéssemos mais financiamento para a pesquisa, nosso potencial biotecnológico seria bem melhor. Nos Estados Unidos, o governo não financia esse tipo de pesquisa, que é feita em institutos de pesquisa privados, o que não ocorre no Brasil. Deveríamos ter uma lei de incentivo para a ciência, como a cultura tem”, avaliou.
No final do Encontro, Rehen inaugurou a Unidade Experimental de Células-Tronco Embrionárias Humanas do Departamento de Anatomia da UFRJ, e planeja para breve o lançamento do Instituto Virtual de Células-Tronco do Brasil. “Nosso objetivo é treinar cientistas, compartilhar dados e difundir o conhecimento. Tudo isso será necessário até podermos usar essas células em doenças humanas”, disse.