JC e-mail 2884, de 27 de Outubro de 2005.
Cientistas estimam que, entre 2003 e 2004, também foram afetados na Amazônia 46,5 milhões de aves e 1,5 milhão de primatasCristina Amorim escreve para “O Estado de SP”:
No mapa, o Brasil perdeu 26.130 km2 de floresta amazônica entre agosto de 2003 e agosto de 2004, conforme divulgou o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no primeiro semestre.
Na prática, 1,3 bilhão de árvores derrubadas, 46,5 milhões de aves e 1,5 milhão de primatas afetados no período, em média.
Os números compõem uma estimativa feita por três pesquisadores brasileiros e publicada no último número da revista do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Com a avaliação, o trio mostra que, por trás de anúncios oficiais de índices e planos contra a ação dos desmatadores, há um impacto na biodiversidade e na disponibilidade de recursos naturais difícil de ser recuperado. O cálculo é simples: uma regra-de-três com base na área divulgada, que representa o corte raso das árvores, e dados colhidos de outros trabalhos científicos. Hoje, já é aceito que 1 hectare de floresta amazônica tem uma média de 450 a 750 árvores, de acordo com a ecorregião que se trabalha – o que equivale a 45 mil a 750 mil delas por km². Multiplicado pela área estimada pelo Inpe, chega-se ao número inacreditável:
de 1,17 bilhão a 1,43 bilhão de árvores cortadas e queimadas. Se colocadas lado a lado, dariam mais de três voltas ao redor da Terra.O mesmo cálculo foi feito para animais. A Amazônia abriga mais de mil espécies de aves. Como se encontra de 1.658 a 1.910 indivíduos em 1 km2, o corte afetou a vida
de 43 a 50 milhões de aves em um ano. No caso de primatas,
de 914 mil a 2,1 milhões tiveram sua vida mexida, já que cada km² pode ser o lar de 35 a 81 animais.
(O Estado de SP, 27/10)
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