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Versão 3.2/2008: Tudo na vida é uma questão de prioridade, comedimento e tolerância.
domingo, 8 de maio de 2005
Deixa a praça virar um salão

M á g i c a. É a única palavra que me vem à cabeça quando eu penso no que foi, pra mim, assistir a Ópera do Malandro ontem. Falar sobre a peça é totalmente desnecessário, muitos outros certamente o fizeram, e bem melhor que eu. Mas além de ter sido um espetáculo maravilhoso (e não poderia ser diferente, é Chico Buarque!), despertou lembranças e sensações adormecidas. Coisas que eu não saberia explicar em poucas palavras neste post. A lembrança viva de mim, quando criança, querendo ser Teresinha, cantando aqueles versos como se fossem meus, desejando um amor de jeito manso que me deixasse louca, querendo alguém que chegasse do nada e tomasse conta de mim. E tantas outras lembranças com gosto de infância, tantos sonhos nunca realizados, tanta coisa...

E o momento de ver a Ópera de perto não poderia ter sido mais apropriado. A companhia, a melhor possível. E o despertar de sensações fez com que tudo ficasse ainda mais especial. Mais uma página de uma pequena história sendo escrita.

Passei boa parte da madrugada passada pensando em que canção da Ópera eu iria postar aqui. E resolvi deixar os trechos mais importantes pra mim, desde criança.

O meu amor/Tem um jeito manso que é só seu/De me deixar maluca/Quando me roça a nuca/E quase me machuca com a barba malfeita/E de pousar as coxas entre as minhas coxas/Quando ele se deita, ai/O meu amor /Tem um jeito manso que é só seu/ De me fazer rodeios /De me beijar os seios/ Me beijar o ventre /E me deixar em brasa /Desfruta do meu corpo /Como se o meu corpo fosse a sua casa, ai
(O meu amor)
+ Porque é isso que estou experimentando.
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Oh, pedaço de mim/ Oh, metade arrancada de mim /Leva o vulto teu/ Que a saudade é o revés de um parto /A saudade é arrumar o quarto/ Do filho que já morreu/ Oh, pedaço de mim/ Oh, metade amputada de mim /Leva o que há de ti/ Que a saudade dói latejada/ É assim como uma fisgada /No membro que já perdi
(Pedaço de mim)
+ Porque estes versos estão entre os mais fortes que eu já ouvi.
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O terceiro me chegou/ Como quem chega do nada/ Ele não me trouxe nada/ Também nada perguntou/ Mal sei como ele se chama /Mas entendo o que ele quer/ Se deitou na minha cama/ E me chama de mulher /Foi chegando sorrateiro /E antes que eu dissesse não/ Se instalou feito um posseiro /Dentro do meu coração
(Teresinha)
+ Porque é assim que um amor tem que chegar.

E agora só vou de primeira fila! ;)